Hi Gorgeous! O prazer de dar dicas boas aos queridos que me lêem meu Blog e o retorno que as pessoas que indico têm obtido, me estimulam a compartilhar mais e mais. Meu blog não é comercial, sou blogueira por hobby, pois tenho minha profissão, à qual sou muito dedicada. Um dia, quem sabe? Já fiz um post sobre o Luca Rossi, que por ser uma pessoa extremamante séria e profissional, merece meu respeito. Todas as peças que comprei com ele têm valor igual ao que paguei em qualquer lugar do mundo. Ele volta para expor suas peças lindas e raras na feira de Antiguidades neste final de semana, no Gilberto Salomão. Luca também adora comprar preciosidades, e se você tiver em casa aquele tesouro que não usa mais, leve até ele. Abaixo, transcrevo uma matéria sobre o avaliador, que saiu na Revista Isto , em 2003. Para quem gosta de diamantes, a leitura será interessante.
ENTREVISTA -LUCA ROSSI
Ele vai onde a jóia está. Joalheiro italiano se aventura pelo mundo, atrás de raridades para comprar. INDIANA JONES DA VIDA REAL - Um ofício, no mínimo, instigante. Aos 50 anos, o italiano Luca Rossi viaja pelo mundo atrás de pedras raras. Dono da joalheria La Gemme, no Rio de Janeiro, ele viaja o Brasil inteiro para comprar jóias antigas. Em dois dias em cada cidade, Luca, com a ajuda de seu fiel escudeiro, o belga Phillippe Valdière, membro da Bolsa de Diamantes da Antuérpia, recebe em média, por dia, 100 pessoas, dispostas a negociar suas raridades guardadas a sete chaves. Sua visita, cercada por um forte esquema de segurança, movimenta o comércio de gemas da cidade por onde passa. Como um autêntico Indiana Jones, Luca conta, com exclusividade à revista Isto É, a alegria que sente ao sair por aí para se aventurar pelos mais diversos países, em busca das “meninas de seus olhos”, que são os diamantes coloridos e raros. Esse italiano já foi do Tocantins ao Pará dirigindo um Uno Mille, parando nos mais remotos e “perigosos” garimpos. Enfrentar os riscos da profissão ele justifica com o fascínio que sente pelas pérolas e os diamantes coloridos – pedras das mais valiosas existentes no Brasil e as mais apreciadas no mercado internacional. Mas em seu vasto currículo consta ainda ter sido o responsável pelo maior negócio já feito com um diamante rosa no nosso País. Luca, há quatro anos, comprou a pedra por U$ 600 mil e a revendeu nos Estados Unidos com um lucro de 20%. O lucro com os “achados” precioso é bom, mas o de que mais se orgulha é a vertente social que conseguiu dar ao seu trabalho. O caçador de diamantes procura sempre reverter parte do que obtém com a compra e venda de jóias para alguma instituição carente da cidade visitada.
Quando e como o senhor se tornou um apreciador e um negociador de jóias? O senhor é um colecionador?
Luca Rossi: Nasci em uma família de três gerações de joalheiros, em Livorno, Itália. Apesar do meu amor pelos diamantes, meu fascínio pessoal são as pérolas. Na verdade, sou um caçador de pérolas amador. Mergulho por prazer. Um comerciante dificilmente é um colecionador, mas tenho minhas preferências.
O que, em sua opinião, torna uma jóia “sem preço”? O que lhe garante maior ou menor liquidez?
LR: Sua unicidade, sua extrema raridade e beleza. Além das referidas qualidades naturais, uma excelente lapidação e também seu design e montagem. O feitio muito comercial. Na verdade, a jóia deve ser bela nas proporções e no acabamento.
Como o senhor se sente ao conhecer a história que guarda uma jóia? Existe alguma história que o tenha comovido muito?
LR: Estou acostumado às histórias que, em grande parte, nos trazem os tempos passados e as vivências familiares. Posso dizer que boa parte da minha experiência de vida deriva desse “acervo” das histórias que me contam. Há uma que muito me tocou. A de uma coleção de pérolas retiradas do mar de Curaçao, no Caribe, por três gerações de caçadores de pérolas. O objetivo era conseguir recursos para a construção de uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. Elas chegaram a mim pelas mãos de um monsenhor ligado á Congregação do Vaticano.
Onde estão as jóias mais raras do mundo? E porque as pessoas se desfazem delas?
LR: Com as pessoas mais raras do mundo... Basicamente famílias que herdam as jóias dos seus ascendentes. São presentes que foram ofertados ainda em vida ou heranças, incluindo as segunda e terceira gerações. Em primeiro lugar, as pessoas costumam justificar o motivo da venda para atender a algum déficit orçamentário. Em seguida, para a aquisição de algum bem durável ou para realizar viagens ou custear os estudos dos filhos. Os mercados mais propícios são determinados por razões históricas e geográficas.
Existe um lugar onde as peças são mais bonitas?
LR: As jóias, através dos tempos, representam a beleza e a riqueza. Mas as possibilidades da humanidade mudam com o tempo, fazendo com que sua representação física também mude de lugar. Minas Gerais, por exemplo, sempre foi um sítio gemológico, o que deu o nome ao Estado. O perfil de ocupação urbana de Minas, que remonta aos primórdios da colonização do Brasil, é de uma sociedade com características patrimoniais e conservadoras – aspectos também determinantes. Patrimonial na medida em que as pessoas dão valor aos bens duráveis e conservador pelo caráter da transmissão dos bens interparentes. Da mesma forma acontece em Salvador, na Bahia, que apresenta características semelhantes. Podemos citar também a Região Metropolitana de Goiás, a capital Goiânia – uma cidade arquitetonicamente nova, que abriga antigas elites. Esse é o Brasil!
Que avaliação o senhor faz das pedras brasileiras e do design brasileiro de jóias?
LR: Os diamantes estão entre os melhores extraídos no mundo. Já as esmeraldas ficam em segundo plano. Pouca gente conhece o valor das pedras coloridas aqui no Brasil. Quanto ao design eles acompanham a técnica e a qualidade dos bons profissionais do resto do mundo. As jóias brasileiras do século XIX são muito valorizadas na Europa e na Ásia.
Existe algum designer ou design que o senhor tenha predileção?
LR: aprecio as jóias de época, em que prevalece o estilo europeu. Os designers brasileiros vêm-se destacando em especial nas montagens com pedras nacionais, como as águas-marinhas. Mas, como em outros setores, também na joalheria tem-se verificado uma homogeneização dos estilos, algo que poderíamos chamar de “linguagem internacional”. Destaco, porém, a revolução da Casa Cartier, com o trabalho de uma designer que introduziu materiais, como jade, e utilizou influências orientais da época do art decó na confecção das peças. Quando falamos em grife não estamos falando em moda, e sim, em qualidade e design. Um exemplo: a Casa Cartier com seus 150 anos de vanguarda, pesquisa tecnológica e seleção de matérias-primas.
Em sua opinião, quais as qualidades de um bom ourives?
LR: Ele deve possuir conhecimento histórico, boa formação técnica, além da indispensável habilidade manual. O que o motivou a reverter os lucros de sua atividade profissional para causas sociais? O senhor sempre ajuda instituições nos países que visita?
LR: Como cristão, acredito na solidariedade humana. Meu trabalho está sempre atrelado ao cunho social. A minha estratégia é operar num mercado a convite de algum segmento ou instituição com representatividade social. Não há visita fortuita, intervencionista, e sim, a parceria solidária. Estou convencido de que existe um caráter agregador do comércio, é sua tradição histórica afastar os conflitos e aproximar culturas.
O Brasil tem um bom mercado para compra e venda de jóias?
LR: O Brasil é um grande país. Sua história está intimamente ligada à mineração, mas o País ainda está aquém do seu potencial, muito em função da questão social que, por um lado, reduz o poder aquisitivo e, por outro, inibe o uso público de jóias por questões de segurança. Noto também que, no Brasil, não existe a cultura de se avaliarem jóias antigas pela sua importância histórica, mas sim, pelo valor material dela.
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